Ser pai é uma das missões mais sublimes que um homem pode receber de Deus. É refletir, dentro do lar, o caráter do Pai Celestial — que ama incondicionalmente, guia com sabedoria e disciplina com justiça. Como escreveu Fernando Guifer, "ser pai é descobrir que o amor incondicional existe — e o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço".
Na caminhada cristã, educar um filho não significa apenas proteger ou corrigir. É formar o caráter, orientar com exemplo e ensinar os princípios eternos do Reino de Deus. É preparar a criança para lidar com a vida — não apenas com seus sucessos, mas também com seus fracassos. Pais comprometidos com essa missão compreendem que sua presença constante vale muito mais do que os bens materiais que possam oferecer.
Presença que forma, histórias que ensinam
O psiquiatra e escritor Augusto Cury nos convida a refletir sobre a diferença entre pais bons e pais brilhantes. Os bons se preocupam em dar, mas os brilhantes se dedicam a ser. Eles compreendem que filhos não precisam de heranças materiais mais do que precisam de tempo, escuta e direção emocional. Em vez de apenas presentear, eles compartilham experiências, revelam suas lutas, falam sobre suas vitórias e também sobre os erros dos quais tiraram lições.
Essa presença intencional tem impacto profundo no desenvolvimento das crianças. Como ensina a educadora Cris Poli, coordenadora da Escola do Futuro Brasil:
"Os pais são os primeiros e mais importantes modelos de comportamento para os filhos."
A fala de Cris nos lembra que o exemplo vale mais do que mil conselhos. Se os filhos nos veem sendo pacientes, aprendem a respeitar os processos. Se nos veem sendo generosos, aprendem a partilhar. Se nos veem buscando a Deus, aprendem a cultivar a fé. É através da convivência cotidiana — não de discursos formais — que os filhos absorvem os valores cristãos.
A Bíblia afirma em Provérbios 22:6: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele."
Ensinar o caminho exige mais do que palavras — exige caminhar junto. Requer que os pais estejam presentes emocionalmente, atentos às necessidades dos filhos e dispostos a formar neles uma base sólida para enfrentar o mundo com equilíbrio e fé.
Educar para a vida real: limites, frustrações e fé
O excesso de proteção, de recompensas e de respostas prontas impede que a criança aprenda a lidar com perdas, limites e frustrações. Em outras palavras, pais que evitam o sofrimento dos filhos, muitas vezes os privam de desenvolver resiliência.
Nesse sentido, a fé cristã nos dá um alicerce inabalável. Em Filipenses 4:13, lemos:
"Tudo posso naquele que me fortalece."
Ensinar os filhos a confiar em Deus mesmo nas dificuldades é tão essencial quanto educá-los para alcançar bons resultados. Como lembra a pastora Ivone Muniz, diretora da Escola do Futuro Brasil: "O princípio da bondade, da honestidade, da paciência e da responsabilidade são alguns exemplos de valores que podem ser facilmente compreendidos e aplicados pelas crianças, promovendo um caráter forte e resiliente."
Para Ivone, a fé é um recurso emocional e espiritual capaz de fortalecer os jovens contra pressões externas, influências negativas e decisões impulsivas. Ao desenvolverem uma visão cristã de mundo, os filhos se tornam mais críticos, confiantes e conscientes do propósito de Deus para suas vidas.
Mas isso exige dos pais um compromisso constante: viver aquilo que se ensina. Como alerta Cris Poli: "A coerência entre discurso e prática é fundamental na educação dos filhos." Essa coerência se mostra quando o pai assume suas falhas com humildade, pede perdão, busca ajuda e mostra ao filho que crescer é um processo contínuo. Filhos não precisam de pais perfeitos, mas de pais verdadeiros, que os amem com presença e intenção.
Conclusão: um legado que ultrapassa gerações
Pais que vivem segundo o coração de Deus compreendem que a paternidade é um ministério. Cada gesto de amor, cada ensinamento bíblico, cada correção feita com mansidão, cada conversa antes de dormir — tudo isso ecoa por gerações. O que é plantado hoje no coração de uma criança pode florescer no adulto que, um dia, também será pai ou mãe.
A instrução de Efésios 6:4 nos direciona com clareza: "Pais, não irritem seus filhos; antes, criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor."
Ser pai, portanto, é um convite diário a crescer junto com os filhos. A jornada da paternidade nos aproxima de Deus, revela nossas fragilidades, fortalece nossa fé e amplia nossa visão de eternidade. Que os pais desta geração escolham ser não apenas bons, mas brilhantes — não aos olhos do mundo, mas aos olhos de Deus.
Comentários: