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Brasil possui quase 100 mil pessoas que já estão recuperadas da Covid-19

Conforme informações do Ministério da Saúde, cerca de 130.840 pessoas ainda estão sendo monitoradas e assistidas

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Brasil possui quase 100 mil pessoas que já estão recuperadas da Covid-19
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Na luta contra a pandemia que já atingiu mais de 180 países, mais de 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo já podem ser consideradas recuperadas do coronavírus, porquanto, o Brasil tem visto avanços significativos no combate à pandemia em seu território, é o que indica os últimos dados informados pelo Ministério da Saúde e também pela Universidade Johns Hopkins, onde consta que o país registrou um total de 94.122 pessoas recuperadas em todos os estados brasileiros atingidos pela pandemia.

De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento, são 241.080 casos acumulados e 16.118 óbitos confirmados. Cerca de 130.840 ainda estão em acompanhamento.

A Universidade Johns Hopkins também atualizou o número de casos acumulados em todo o mundo, que chegou a 4.737.299. Para nossa esperança, como a letalidade do vírus não está entre as mais elevadas de que se tem notícia, boa parte desse grupo já se juntou e continuará se juntando aos recuperados nas próximas semanas.

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O número elevado de novos casos todos os dias, se dá em razão da rapidez com que o vírus se espalha. No Brasil, esse número ainda é mais que o dobro do de recuperados. Porém como os quadros leves de infecção costumam durar 14 dias após o início dos sintomas, uma parte considerável da alta diária de casos entra na conta dos casos recuperados alguns dias depois.

Sintomas pós-alta

Para grande parte desses recuperados, os sintomas da covid-19 terão ficado no passado. Mas, para uma parcela deles, ainda será preciso acompanhamento profissional. É o que explica a pneumologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Patrícia Canto.

"Pacientes que tiveram poucos sintomas, com um quadro parecido com um resfriado ou uma gripe, se recuperam bem e não costumam ter nenhum problema depois desses 14 dias", explica. "Os pacientes com quadro mais moderado não saem dos 14 dias e voltam ao normal. Eles têm recebido alta e procurado os serviços de saúde novamente, ainda em recuperação, muitos com uma sensação de cansaço, ainda sem conseguir voltar às suas atividades normais. Muitos ainda apresentam falta de ar.”

A pneumologista explica que os casos moderados são aqueles em que houve internação sem a necessidade de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). "O que eu tenho visto, acompanhando pacientes nessa fase pós-alta, são pacientes ainda muito cansados, com relatos de falta de ar ainda. Principalmente os que já tinham asma ou alguma doença pulmonar."

A comunidade científica ainda busca respostas sobre a duração dessas limitações pós-internação, já que a pandemia ainda é recente. "Relatos da China indicam que pessoas saíram de alta com algum grau de fibrose pulmonar, com cicatrizes. A gente não sabe se isso é definitivo e em que grau isso vai comprometer a capacidade respiratória das pessoas."

As consequências mais sérias têm sido observadas em pacientes que desenvolvem os quadros graves da covid-19. Nesse caso, as complicações muitas vezes vão além do pulmão durante a internação, com insuficiência renal e problemas de coagulação.

"Esses vão ter um período muito mais longo de recuperação", conta ela. Como o tempo de internação em UTI pode chegar a semanas, a necessidade de fisioterapia respiratória e motora tem sido frequente, principalmente para pacientes idosos.

O ataque do coronavírus a outros órgãos, em alguns casos, leva os pacientes graves à UTI antes mesmo da necessidade de ventilação mecânica, e a recuperação dessas partes do corpo vai demandar acompanhamento especializado após a alta.

Resposta autoimune

Apesar de a pneumonia viral ser a complicação mais comum dos casos graves de covid-19, a ação disseminada do vírus no organismo tem sido observada por médicos e cientistas, e ainda não se tem certeza absoluta se o que determina essas complicações é o ataque direto do vírus ou uma resposta exagerada do sistema imunológico.

"Há pacientes agravando com uma resposta imunológica muito exacerbada. O próprio sistema imune começa a trabalhar de uma forma descontrolada, e muitas dessas lesões podem ocorrer por conta dessa resposta inflamatória que o vírus desencadeia", pondera a pneumologista, que exemplifica que esses problemas podem chegar a órgãos como o cérebro e o coração.

Monitoramento

A pneumologista aconselha que os pacientes recuperados que continuem apresentando sintomas como cansaço busquem o serviço de saúde para acompanhamento médico. O retorno às atividades deve ser cuidadoso, e a prática de exercícios físicos, por exemplo, deve ser retomada de forma gradual, caso não haja mais sintomas respiratórios.

Com o crescimento do número de recuperados, a pneumologista acredita que o acompanhamento desse grupo vai gerar uma nova pressão por serviços de saúde que precisa ser observada pelos gestores da área. 

"A gente vê que muitos desses recuperados são pessoas ainda com algumas sequelas e sintomas, ainda que a gente não possa ter certeza de por quanto tempo elas terão esses sintomas. Veremos um aumento da demanda”, concluiu.



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Fonte/Créditos: Portal Gospelplay, com informações de Agência Brasil

Créditos (Imagem de capa): Brasil tem alto número de recuperados do coronavírus. (Foto: Ирина Ирина por Pixabay)

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